EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA

 

"NEM OUTRO SENÃO O HUMILDE

PODE VIR A SER UM BOM PROFESSOR DE ADULTOS"

 

 

 

O adulto aprende igual às crianças?

Sim! Os adultos aprendem da mesma maneira que os adultos, não há diferença no modo de aprender.

 

Então o que muda na Educação de Jovens e Adultos?

A abordagem é o que muda na EJA. Ou seja, é a prática do professor que deve ser diferente, pois o adulto está em uma fase da vida completamente diferente das crianças, que ainda têm um mundo a ser descoberto, inclusive sobre elas mesmas.

 

O que devo saber sobre a andragogia?

Você deve entender os parâmetros da andragogia, vertente educacional quanto à educação de adultos que passou a apresentar diferentes concepções sobre as características do aprendizado não de crianças, logo após a Primeira Guerra Mundial, nos EUA e na Europa. Suas concepções se desenvolveram em um intervalo de 20 anos quanto ao formato da teoria da aprendizagem de adultos.

 

O que devo seguir para entender o ensino de jovens e adultos?

Você deve entender os parâmetros da andragogia.

andragogia é a vertente educacional quanto à educação de adultos que passou a apresentar diferentes concepções sobre as características do aprendizado do adulto logo após a Primeira Guerra Mundial, nos EUA e na Europa.

 

O que faz a educação de adultos ser tão particular?

A particularidade na educação de adultos está na forma como ele aprende. Diferentemente das crianças, o adulto aprende das situações e não necessariamente das disciplinas.

 

Esta particularidade interfere na construção do currículo da EJA?

Com absoluta certa interfere sim. O currículo, na EJA, precisa ser construído em função da necessidade do estudante. Então, a experiência tem o mesmo peso que o conhecimento do professor. Por isso é preciso conhecer a turma, suas particularidades e a história de cada um deles.

 

Como conhecer esses estudantes'?

É exatamente por esse 'conhecer' que a educação freiriana faz diferença na EJA. Para conhecer os estudantes o diálogo, a escuta, são imprescindíveis para que a abordagem e o foco sejam o aluno como pessoa, cidadão recheado de experiências que o fazem ser quem são no mundo. Tal concepção já faz diferença na educação de crianças, mas que ainda é subjugado na educação tradicionalista consciente e inconscientemente e, na EJA, será impossível ser diferente se o que se busca é o verdadeiro sucesso na aprendizagem. Então:

  • prestar atenção ao bate papo no início de aula;
  • nas conversas de corredor;
  • no tom do bom dia, boa tarde, boa noite;
  • na postura do andar, do sentar, do olhar, do interagir
  • etc.

Cada uma dessas situações e tantas outras trazem as informações necessárias para que a aula, o conteúdo, o currículo para o ponto de partida saudável e passível de sucesso. A questão é: cabe ao professor da EJA a habilidade de unir e aplicar o contexto da turma, do aluno, no conteúdo e não o contrário.

 

Existe autoridade na EJA?

Sim, a autoridade existe, mas de forma diferente da que estamos todos acostumados - historicamente. A autoridade, por fim, é do grupo e não do professor. A autoridade voltada ao exclusivamente ao professor pertence a pedagogias antidemocráticas que ignora o aluno (seja criança, adolescente ou adulto) por completo. É preciso lembrar que a educação não é exclusiva da escola.

 

 

Esta particularidade interfere na construção do currículo da EJA?

Com absoluta certa interfere sim. O currículo, na EJA, precisa ser construído em função da necessidade do estudante. Então, a experiência tem o mesmo peso que o conhecimento do professor. Por isso é preciso conhecer a turma, suas particularidades e a história de cada um deles.

 

 

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA

 

 

Pressupostos para educação de adultos

  • motivação: dá-se a partir da experiência da necessidade - daí o interesse passa a ser satisfatório à aprendizagem;
  • orientação: centrada na vida e não na disciplina;
  • experiência: é uma rica fonte para se aprender em qualquer fase da vida, especialmente na fase adulta;
  • metodologia: centrada na análise das experiências de cada um, no filtro da relevância;
  • professor: engajar-se no processo de mútua investigação; não transmitir conhecimento, mas avaliá-los;
  • considerar diferentes estilos, tempos, lugares e ritmos de aprendizagem;
  • o dulto tem capacidade plena de se autodesenvolver;
  • ele está pronto para aprender e se nega a aprender o que lhe é imposto; não adianta dizer-lhe que aquilo é necessário para sua aprendizagem, precisa partir dele;

 

 

Os 14 princípios da andragogia segundo Ari Batista Oliveira, que se baseia em Paulo Freire

  • consciência crítica e ingênua;
  • compartilhar experiências é fundamental ao adulto;
  • relação educacional: base na interação entre facilitador (professor) e aprendiz;
  • motivaçção: sua própria vontade de crescimento - negociação;
  • foco: aprendizagem e não o ensino;
  • adulto é o agente da sua própria aprendizagem e por isso deve decidir o que aprender;
  • aprender: adquirir conhecimento - habilidade - atitude (CHA);
  • processo de aprendizagem: sensibilização > pesquisa > discussão > experimentação > conclusão > compartilhamento;
  • espaço de compartilhamento;
  • diálogo: essência do relacionameto educacional adulto - estimular a fala, o ouvir, o se comunicar;
  • aluno: responsável pelo processo de comunicação;
  • reflexão e ação;
  • experiência é o livro do aprendiz;
  • professor tradicional: prejudica o desenvolvimento do adulto, reforça seu indesejável comportamento reativo (próprio da fase infantil).

 

 

Visão de mundo na/para a EJA

  • peculiar;
  • aluno é protagonista de histórias reais;
  • ambiente rico de experiências vividas;
  • alunos chegam à escola com valores e crenças já construídos;
  • estudantes vivem no mundo adulto de trabalho;
  • grupo cheio de responsabilidades sociais, familiares, com valores éticos e morais;
  • noção de mundo: fazer e ver, sentir para crer.

 

Conhecimentos

  • são inúmeros;
  • o saber é sensível
    • saber do corpo;
    • relação com o mundo;
    • percepção das coisas e dos outros;
    • os cinco sentidos os sustentam;
    • são pouco estimulados na sala de aula;
    • restringido às aulas de arte;
    • é o que abre o conhecimento mais formal, mais reflexível;
    • encantamento;
    • saberes novos;
    • vivência na escola;
    • partida para o conhecimento científico;
  • saber cotidiano:
    • amadurecimento;
    • vivido;
    • de valores e princípios éticos;
    • é concreto;
  • produção de soluções;
  • saber das ruas (senso comum);
  • pouco valor no mundo letrado;
  • não significa que é de valor;
  • pode precisar ser afastado de realidades;
  • relação direta com suas práticas sociais;
  • a procura da escola pode não ser espontânea, mas por
    • exigência familiar;
    • do mercado de trabalho;
    • do emprego atual;
  • condições de acesso precisa ser considerado:
    • distância casa-escola / trabalho-casa;
    • horário de saída do trabalho etc;
  • ir à escola é um desafio que pode se tornar um projeto de vida;
  • podem esperar molde tradicional de escola e professor não pode se deixar por essa expectativa do aluno;
  • acreditam que a escola é aquela de que se ouve falar desde sempre e espera
    • aula expositiva;
    • desmotivação;
    • excesso de lição;
  • pode haver resistência ao novo modelo escolar;
  • podem acreditar não estar aprendendo;
  • educador não pode desistir e o diálogo é que fará a diferença: não é poque o aluno espera aquele modelo que se deve segui-lo porque os estudos indicam com o adulto aprende mais e melhor e isso preisa ser respeitado para o sucesso de todos;

 

 

Desafios

  • construir escola na qual professor e aluno sejam sujeitos iguais na aprendizagem;
  • diminuir distância entre o que esperam os alunos e o que a escola lhes oferece;

 

Diferentes raízes culturais

  • jamais se esquecer de que na sala de EJA há diferentes origens;
  • alunos de diferentes cidades
  • seres de diferentes modos de pensar, agir, falar, reagir, diferentes preferências etc;
  • acúulo rico de bagagem cultural a ser explorado no processo de aprendizagem

 

Marcas da exclusão

  • baixo poder aquisitivo;
  • saberes básicos para a sobrevivência;
  • responsabillidades de adulto na cabeça: aluguel, água, luz, contas, alimentação, remédios, família etc;
  • televisão é o meio comum de lazer e informação;
  • baixa autoestima;
  • pertence ao sistema de fracasso escolar;
  • insegurança, desvalorização pessoal.

 

Baixa autoestima

  • o fracasso escolar afeta bastante a identidade e fere a autoimagem do aluno da EJA;
  • fica evidente pela timidez / irreverência, transgressão, agitação, indisciplina;
  • muitos nem olham nos olhos;
  • professor valorizar os saberes desses alunos trazer acolhimento, valorização, abertura ao canal da aprendizagem.

 

Quanto à alfabetização

  • têm relativos conhecimentos à função da escrita;
  • apresentam diferenças e semelhanças com as crianças;
  • resistem a escrever a partir de seus conhecimentos sobre a escrita
  • compreendem a função social da língua:

    • ​​​​​​​antecipações significativas;
    • chegam mais facilmente ao sentido do texto;
    • compram coisas do dia a dia sem saber ler: vão ao mercado, ao açougue, pegam ônibus etc;
    • distinguem desenhos de letras;
    • dinstinguem letras de números;
    • liga o que se fala ao que está escrito;
    • falam mais lentamente para destacar o som que querem escrever;
    • compreende segmentação;
    • não deixa de usar uma letra para cada sílaba;
    • crê que palavras precisam de duas ou três letras para serem lidas/escritas e que não devem se repetir;
    • verbos e substantivos são sempre escritos, mas artigos, preposições e conjunções não;
    • sabem que muda o texto o escrito de acordo com o objetivo.

 

Conhecimento e transformação

  • é preciso a mudança de perspectiva docente;
  • ver a dúvida como elemento necessário para o conhecimento sadio;
  • o professor tem de manter suas dúvidas ativas para ser um bom professor;
  • o trabalho docente expressa a concepção que se tem do conhecimento.​​​​​​​​​​​​​​

 

 

 

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