Ribeirão Preto, 18 de outubro de 2024.
Por: Aline Mori Ferreira
O termo professor iniciante é relativamente novo no Brasil quando associado ao significado de começo de carreira.
Segundo Patrícia Albieri Almeida, da Fundação Carlos Chagas (FCC), há duas décadas o assunto sequer era pensado no país, ao passo que em demais países já havia políticas públicas para esse "estágio da docência", afirma a pesquisadora.
Porém, mais bárbaro que isso é pensar que, assim como Altamiro, muitos professores iniciantes passam por circunstâncias iguais à dele - ou muitíssimo parecidas - desde antes da tentativa de iniciar carreira. Isso porque, bem se sabe, o descrédito do magistério, além de histórico, é persistente e crescente. Por isso muitos futuros professores, quando compartilham o intuito de cursar uma graduação para ser professor, são desestimulados pelos próprios professores, familiares, amigos e assim por diante.
E não são comentários ou estímulos como esse que mudarão mundos ou a situação da educação no Brasil. Por isso, falas como a da diretora a Altamiro (Garoto, tu achas que tem competência e coragem para dar aula) são a prova do quão os profissionais da educação e a própria profissão docente está despreparada para a mudança - que existe.
Triste isso, não é mesmo?
A questão é que vale a pena ser professor e não apenas pelas vantagens que a profissão pode trazer.
Sim, é verdade!
Por mais desafiadora que seja, a docência é uma profissão que garante alguns créditos (não bem vantagens) e, antes que passe despercebido a você, ressaltamos o fato de que sim, o magistério (ou docência), é PROFISSÃO! E segundo Aline Mori Ferreira (escritora, pesquisadora, professora de ensino regular e universitário e psicopdagoga institucional), é assim que ela deve ser lembrada e referenciada: como profissão.
Por isso, caso você tenha o costume de ouvir das pessoas que professores são herois, guerreiros, já destrave essa crença. Afinal de contas não somos pagos pela Marvel para sermos herois. Somos profissionais que se abdicam de muito na vida e na profissão para exercer a profissão, dedicando tempo, dinheiro, estudo e infinitas outras coisas ao longo da carreira.
O que fica, enfim, é a certeza de que é possível ter uma carreira de sucesso como docente, desde que da forma correta e o mais cedo possível. Isso quer dizer que, quanto antes o professor inciante se der conta de que é ele que pode romper o ciclo vicioso que ronda a educação e o professor, menos probabilidade ele tem de ser arrebatado pelo cansado dos professores já na ativa, que não tiveram esse destar. O despertar de que enquanto não chegar à graduação disciplina específica que dê norte pedagógico ao professor, não podemos passar anos a fio dando aula na dependência do pouco que a formação inicial oferece, da superficialidade da maioria das formações continuadas ou, ainda, dos rasos cursos de extensão oferecidos no mercado, em grande escala.
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Referência: Nova Escola, disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21599/professores-iniciantes-como-se-preparar-para-a-sala-de-aula
